GRUPOS DE TRABALHO
Os GTs constituem espaços de reflexão e troca de experiências entre os participantes e não de apresentações individuais de trabalhos. O propósito é que as sessões funcionem como um momento de debate e aprofundamento de questões relevantes ao campo da discussão de cada GT, perpassado pelas contribuições dos trabalhos.
GT 01. Agro-hidro-territórios, degradação da natureza e do trabalho
Ementa: Este GT pretende abordar as discussões sobre a dinâmica geográfica do capital e do trabalho nos diferentes biomas brasileiros, debatendo os conflitos pelo acesso e uso da terra e da água no território brasileiro. A denominada matriz energética limpa e a produção de agrocombustíveis gera a prática de apropriação de recursos naturais tendo como elemento fundamental o papel/ação do Estado. Os agro-hidro-territórios, onde se desenvolvem as monoculturas e a produção de commodities geram riscos para a saúde do trabalhador, assim como prejuízos para os recursos hídricos e degradação ambiental, promovidos pelas práticas predatórias do capital no campo. Tendo, por outro lado, a reação da sociedade organizada pela vida da mobilização popular para a resistência.
GT 02. Conflitos territoriais e fragmentação do trabalho: a expropriação capitalista no campo e na cidade
Ementa: Partindo de uma compreensão de que o capital se territorializa e subordina o trabalho no campo e na cidade sob relações diversas como a sujeição da renda da terra e a extração da mais-valia (absoluta e relativa), torna-se necessária uma “leitura” geográfica de conjunto, ou seja, não dicotômica. Deste modo, compreendemos que embora fragmentados, os conflitos territoriais expressam as consequências da expropriação e exploração capitalista, apontando para a necessária unidade de ação entre as lutas do campo e da cidade. Assim, o GT procura debater temas como: 1) reforma agrária e questão agrária; 2) reforma urbana e questão urbana; 3) sistemas agroalimentares em disputa, políticas públicas e movimentos sociais; 4) direito à cidade e lutas dos movimentos sociais urbanos e direito à terra e luta dos movimentos sociais do campo;5) Saúde do/a trabalhador/a no campo e na cidade; 6) impactos das grandes intervenções territoriais no campo e na cidade (grandes obras de infraestrutura, mineração, megaeventos etc.); 7) os limites da teoria frente a complexidade do ser que trabalha: plasticidade do trabalho e movimento territorial do trabalho e da classe trabalhadora.
GT 03. Gênero, ideologia, educação e discurso
Ementa: O controle social de um país, por meio das entidades que o representa, impõe subjetividades aos indivíduos, que passam diretamente pela construção de ideologias, educação, discursos e gênero, eixos centrais em processos de identidades individuais e coletivas na sociedade capitalista e no cenário político brasileiro. Desta forma, se mostra crucial apreender as dimensões dialéticas dessa interface entre educação e trabalho; lutas sociais e luta pela educação; educação e luta pela terra; gênero e trabalho; gênero e educação e discursos contra-hegemônicos. Dando destaque aos espaços de subjetivação política dos indivíduos, que passam necessariamente por propostas, metodologias e práticas educativas contextualizadas e libertárias, construindo discursos “outros”, e “desde baixo”, reinventando processos de autonomia entre os povos, na busca da superação de discursos dominantes. Resulta de importância reconhecer e contextualizar essas formas de subordinação e insubordinação mediados pela mídia e o Estado tentando desmascarar discursos de desenvolvimento que assolam tanto o campo como a cidade. Além disso compreender as relações de gênero, no que tange os diferentes corpos, sexualidades e trabalhos, pautados através da construção de cenários de desigualdades, discriminações, hierarquizações e normatividades. Buscamos suporte, portanto, da própria Geografia do Trabalho para a construção de uma teoria revolucionária para todas essas dimensões da vida.
GT 04. Multidimensionalidade e desenvolvimento do/no território
Ementa: Discutir temáticas que envolvam a multidimensionalidade do território, perpassando por questões que envolvam diferentes sujeitos sociais: camponeses e camponesas, pescadores e pescadoras, quilombolas e outros povos e comunidades tradicionais, seus modos de vidas e formas de reprodução e (re)existência. Debates sobre a questão de gênero e classe em diferentes territórios, bem como terra e trabalho. Temas sobre lutas pelo reconhecimento e demarcação de terras, impactos e conflitos territoriais, assim como políticas públicas de desenvolvimento. Além disso, reflexões acerca de estratégias e metodologias qualitativas de pesquisa.
GT 05. Crise estrutural, desemprego e informalidade
Ementa: Em tempos de aniquilamento dos direitos sociais e trabalhistas, via reformas ilegítimas, busca-se trazer para o debate questões que permeiam a informalidade e precarização do trabalho. Nesse contexto, discutir as condições laborais impostas pelo trabalho domiciliar; o trabalho escravo e relações de subserviência ao capital; o trabalho e lucro na indústria da reciclagem; o desemprego e crise estrutural do capital; as entidades de classe, movimentos sociais de trabalhadores e práticas de resistência.